IGREJA-SOCIEDADE ALTERNATIVA

A explicação do sentido desse título, está em ARQUIVO DE POSTAGENS, out. 29 de 2011

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O Papa e os desafios do nosso tempo (p5)

Continuo com o tema: UMA NOVA ORGANIZAÇÃO PARA A IGREJA.
Em 11-05-2005 a Agencia de Notícias Carta Maior publicou um artigo de Juan Carlos Tamayo, secretário geral da Associação dos teólogos João XXIII. Título:
O Papa e os desafios do nosso tempo
O momento: início do pontificado de Bento XVI .
Na introdução, Tamayo lembra que o jovem Ratzinger, há 40 anos atrás, no Concílio Vaticano II, sendo teólogo assessor, ajudou a formular mudanças de fundo na Igreja e convida o Papa a efetivar essas mudanças que ele mesmo apontou. Quais mudanças?
Resumidamente:
1- Desocidentalização do cristianismo e diálogo entre culturas e religiões.
2- Respeito ao pluralismo teológico e não impor um pensamento teológico único, pois sinalisou que gostaria de ter imposto, embora não o tenha feito.
3- Reforma da Igreja. O Vaticano II afirmou que a Igreja deve estar em permanente atitude de reforma.
Mas não foi esse o princípio que inspirou seu antecessor João Paulo II. Urge transformar estruturas autoritárias em participativas e conseguir que a eleição dos seus dirigentes seja sob o princípio democrático.
4- Perspectiva de gênero. Até hoje a Igreja Católica não considera as mulheres como sujeito nem religioso, nem teológico, nem moral.
A democratização da Igreja deve ser feita a partir da perspectiva de gênero, caso contrário, carregará a marca do patriarcado, em aberta contradição com a democracia.Não existem razões nem bíblicas, nem históricas, nem teológicas nem antropológicas, nem pastorais, para continuar mantendo a discriminação das mulheres na comunidade cristã.
5- Diálogo com a ciência e abertura para os avanços científicos.
6- Com os pobres da terra. Desafio principal na agenda do novo Papa deve ser a situação de pobreza em que vivem mais de dois terços da humanidade. Isso obriga-o a colocar no centro da sua atividade a libertação dos pobres, excluídos e marginalizados pelo atual modelo econômico neoliberal.E não de maneira assistencialista como fazem com freqüência não poucas instituições eclesiásticas, mas almejando promoção e libertação integrais.
Até aqui o Tamayo.
Algumas mudanças apontadas neste texto coincidem, como veremos nos próximos posts, com as posições defendidas no Manifesto do IMWAC e na Petição do Povo de Deus, que já vimos.

livro do Remi Parent (p4)


Se você der um click no link à direita, chamado MINHAS FONTES, verá que entre os livros que são minha referencia está o UMA IGREJA DE BATIZADOS para superar a oposição clérigos/leigos; autor Remi Parent. Quem é o autor desse livro que desenvolve o tema da desclericalização da Igreja com tanta profundidade e firmeza? Surpresa...é da classe clerical tambem. Remi Parent nasceu no ano1936, em Port Alfred. Redendorista, professor de teologia na Universidade de Montreal (Canadá), é autor de diversos livros sobre a Igreja e os ministérios. Na introdução do livro acima, pag. 6 ele esclarece: "Este livro é exigente em relação aos clérigos e ao clericalismo, porque se arrogam lugar eclesial injustificado e inaceitável.Em contrapartida conheço diversos sacerdotes e bispos cujo espírito de serviço é realmente admiravel. São,aliás, os primeiros a deplorar a estreiteza das estruturas clericais presentes, a fraca margem de atuação que estas estruturas lhes concedem.Podemos, pois, condenar o clericalismo, embora reconhecendo a legitimidade do ministério ordenado. Aliás, bem sei que toda crítica só é justificada à medida que brota das exigências do amor." (nota do Norberto: divirjo do Remi no reconhecimento da legitimidade do ministério ordenado, se com isso ele se refere ao ministério sacerdotal. Oportunamente colocarei minha posição ).