IGREJA-SOCIEDADE ALTERNATIVA

A explicação do sentido desse título, está em ARQUIVO DE POSTAGENS, out. 29 de 2011

sábado, 3 de setembro de 2011

Caricaturas sobre a imagem de Deus,cont.(p 71)

Continuo resumindo o artigo "Crer de modo diverso" de Andrés Queiruga.
A partir do texto de hoje o autor aponta falsas imagens de Deus produzidas por uma leitura deformada da REDENÇÃO.

Jamais teríamos imaginado por nós mesmos a maravilha de um Deus que se faz presente na história para ajudar-nos com infinita paciência a vencer o mal e o pecado.Para isso Ele suscita sempre e por toda a parte e em todas as religiões, uma salvação. Mas por muitos séculos tem sido apresentado como unicamente preocupado por um só povo, "aquele eleito" (o povo de Israel). Os outros teriam permanecido fora de sua revelação e de sua plena salvação. De fato, a missão evangelizadora como ação pastoral da Igreja, jamais chegou e chegará para milhões de pessoas.Mas a salvação estará atuando sempre e em toda a parte.
Embora o concílio Vaticano II tenha ajudado a superar o " fora da igreja não há salvação" que durou séculos, seus efeitos ainda estão presentes especialmente na resistência a um generoso diálogo da religiões.

Ainda mais grave tem sido a visão sacrifical de todo o processo da Redenção. Interpreta-se a ação redentora de Deus por Jesus, como um preço ( um sacrifício) que Deus exigia.
O amor sem medida que Deus nos mostrou, embora lhe custasse o assassinato do seu Filho, tudo isso tem sido interpretado erroneamente, como um preço que o Pai exigia, como um castigo necessário para aplacar sua ira.

Embora possa parecer incrível, estas expressões ainda podem ser lidas - por exemplo, tomando ao pé da letra " o abandono" sobre a cruz - em importantes teólogos de nossa época.
É indispensável evitar tudo o que possa obscurecer o amor infinito do Pai.
A partir de uma perspectiva de fé, numa interpretação não fundamentalista, devemos estar seguros que Deus jamais esteve tão junto ao seu Filho como quando o puseram na cruz (não o "abandonou") e que jamais teria permitido sua morte, se tivesse sido possível evitá-la (não foi Ele que "quis" a agonia do Horto das Oliveiras).

No próximo texto Queiruga responde à inquietação: os nossos sofrimentos são um castigo de Deus por causa do pecado de Adão e Eva ? (que aliás, nem existiram realmente).