IGREJA-SOCIEDADE ALTERNATIVA

A explicação do sentido desse título, está em ARQUIVO DE POSTAGENS, out. 29 de 2011

domingo, 22 de novembro de 2009

Parece um tabu. Será? parte final (p 20)

Para encerrar esse assunto da autonomia das CEBs, por enquanto, vou apresentar a palavra autorizada do frei Carlos Mesters, fundador do CEBI, um teólogo biblista como poucos.
Vou apresentá-la em duas partes ou 2 posts sucessivos.
Como reflexão, a partir do 2º Inter-eclesial em Vitória, ES, em 1976, sobre o tema "ministérios na Igreja", escreveu o seguinte texto com o título, "O futuro do nosso passado". Publicado no livro do Oliveri, pag.66.

1. A causa da problemática atual, está no fato de o clero (classe) ter monopolizado em suas mãos as 3 funções que geram três tipos diferentes de serviços ou ministérios dentro da comunidade. Estas 3 funções necessárias para o funcionamento autónomo da comunidade, são:
a. suscitar e coordenar o lento processo educativo, pelo qual o povo vai tomando pé na vida e tomando consciência de povo (governo - sabedoria);
b. orientar criticamente a comunidade, mantendo-a dentro do objetivo que se colocou ( missão profética);
c. celebrar os diversos aspectos da vida da comunidade, para que esta seja aprofundada e dinamizada (função sacerdotal).

2. A tensão social, necessária e fecunda entre os diversos representantes destas funções, virou tensão pessoal do padre, sem possibilidade de solução. A solução que se encontrou foi a de dar preferência à função sacerdotal e de eliminar assim a força crítica que podia vir das outras duas. Isto "sacralizou" e "sacerdotalizou" todos os serviços ou ministérios.

3. Esta é agora a imagem do ministério que existe na cabeça tanto do povo como de grande parte do clero. Neste caso, pouco serve fazer com que leigos possam ser "ordenados" (diáconos) ou comecem a assumir parte do trabalho de administração dos sacramentos (ministros). Isso alivia apenas o problema do padre atual, mas deixa intacta a imagem errada que produziu o impasse.