No post anterior deixamos claro que a exigência batismal de se comprometer com um novo modo de vida é absolutamente incompatível com as condições de uma criança.Hoje vamos ver como os primeiros cristãos reconhecendo isso,cercavam o batismo de muita seriedade.
A importância do batismo para as primeiras comunidades cristãs pode ser avaliada pelo que escreve o historiador Eduardo Hoornaert (A memória do povo cristão - VOZES ): "Batizar-se era nascer de novo,começar uma nova vida,reorganizar toda a vida em torno de um novo projeto.O próprio corpo social cristão se formava em torno do batismo e articulava toda a vida comunitária em referencia a ele,como a liturgia, o catecumenato e a catequese, a Eucaristia, a penitencia, o jejum e as orações."
O autor se refere ao "catecumenato". Era o período específico de preparação para o batismo. Era dividido em etapas; cada uma constava de atividades diversas como, exame sobre a conduta do candidato,exorcismo, catequese moral e dogmática,participação em ritos de jejum, orações,vigílias,interrogatorio, unções e finalmente a imersão sem roupa nas águas; findo o ato revestia-se de uma veste branca que simbolizava o homem novo. Daí em diante e só então, podia participar de uma reunião da ceia eucarística.
Era na vigília pascal que se celebravam os batismos .
Essa é a tradição cristã fundante.A renovação da Igreja devia recuperá-la.
Nos séculos IV e V aconteceram grandes mudanças.Pressionado pelo número e influencia crescentes dos cristãos, o imperador romano Constantino se converteu e se fez batizar; decretou o cristianismo como religião oficial do império romano, que de perseguidor passou a ser protetor dos cristãos.As consequencias que se seguiram veremos no próximo post.
