No seu livro, OS MINISTERIOS NA IGREJA DOS POBRES, Alberto Parra já citado informa que todo esse processo de sacerdotalização "não foi de simples denominação externa (questão de nome), mas de realidades de mui profundo significado e alcance demonstram-no fatores como os seguintes:
- ...Transferencia para os ministros e ministérios da Igreja, dos ofícios e funções que foram próprios dos sacerdotes do Antigo Testamento.
- Ressurgimento de categorias e de realidades sacerdotais antigas que foram ab-rogadas e superadas em Cristo Senhor.
- Redução da gama muito ampla de ministérios da Igreja atestada pelo Novo Testamento, apenas aos ministérios do episcopado, presbiterato e diaconato.
- Compreensão deste tríplice ministério como...graus da "hierarquia" veterotestamentária e consequente assimilação do bispo ao sumo pontífice antigo,dos presbíteros aos sacerdotes e dos diáconos aos levitas.
- Concentração quase exclusiva das funções ministeriais no culto e no sacrifício segundo as melhores práticas dos sacerdotes antigos."
O mesmo autor tenta explicar - não justificar - esses desacertos, mostrando como havia na época um clima mais do que favorável, opressor até, para o surgimento deles. Escreve ele:
" O Atos dos Apóstolos e as cartas de Paulo são abundantes em testemunhos do que foi a drástica batalha cristã contra o bem montado processo de avassalamento judaizante das comunidades cristãs , especialmenste aquelas fundadas por Paulo...Nos círculos paulinos cunhou-se o neologismo judaizar (Gl 2,14) para designar o impressionante esforço destinado a manter no cristianismo nascente a vigência do sistema fundamentado na lei de Moisés (At 15.1)
O fato é que Clemente, Irineu, Hipólito e seguidores deixaram se influenciar pelo "clima judaizante" e...deu no que deu!!
No próximo post farei comentários finais ao assunto.
