Continuação do último post.
"O que acabo de indicar explica como e por que no cristianismo, ocorre que a presença da religião (elaborada na cultura do Ociente) é mais forte e mais determinante que o evangelho, que teria que ser a força de contestação e transformação da nossa cultura do Ocidente, que é até hoje, a cultura dominante num mundo sobrecarregado de desigualdades, injustiças e violências.
O fato é que, como disse Comblin, as coisas chegaram a colocar-se de maneira que Jesus é mais "objeto de culto" do que "modelo de seguimento". Mas, sabemos de sobra que o culto não muda a vida das pessoas, mas que antes a tranquiliza. Só o seguimento - que é o que Jesus pediu aos discípulos - seria capaz de mobilizar as pessoas para reorganizar uma Igreja mais de acordo com o evangelho, mesmo que isso tivesse o enorme custo do enfrentamento com tantos elementos anticristãos que marcaram a cultura em que vivemos.
Para terminar, uma observação. O seguimento de Jesus não é possível se não se vive uma espiritualidade muito profunda,uma fé forte no Pai do Céu, como a viveu o próprio Jesus. Em síntese, trata-se de compreender e assumir que seguramente sobram ritos e cerimônias; e nos falta a necessária mística para seguir Jesus".
