IGREJA-SOCIEDADE ALTERNATIVA

A explicação do sentido desse título, está em ARQUIVO DE POSTAGENS, out. 29 de 2011

sábado, 5 de junho de 2010

A Eucaristia como não nos contaram cont..(p 41)

Com este post finalizo o tema " Eucaristia".Nele quero enfatizar alguns aspectos já apresentados ou acenados nas páginas anteriores, seguidos de algumas conclusões pessoais. Cito trechos curtos do exegeta frei Isidoro, centrados em atitudes requeridas para que a Eucaristia aconteça como Memorial da Nova Aliança, endossando-os.

"Jesus ensina através da comida e da bebida a nova pedagogia do Reino: a partilha da vida."
"...é no comer e beber ou seja na "fração do pão" que elas (primeiras comunidades) manifestam uma nova forma de vida"
"Eles (primeiros cristãos) vendem as propriedades e colocam em comum tudo que recebem para suprir as necessidades que se apresentam.Este processo de partilha radical torna-se o sinal verde da possibilidade de comungar na refeição eucarística".
"A comunhão da Eucaristia prolonga-se no antes e depois.Antes quando já há comunhão,pois a ceia é celebração daquilo que já existe; no depois a comunhão eucarística torna-se um impulso para continuar partilhando e comunicando".
"Partilhar a verdade , a dignidade e o direito é abrir as portas para o verdadeiro significado da Eucaristia."
"É uma celebração ritual com o suporte na vida mas o mais importante é a vida".
"Faz-se necessário olhar e compreender o imperativo de Jesus - Isto fazei em minha memória - com um olhar amplo no qual possam transparecer todos os momentos da vida de Jesus obviamente resumidos e concentrados no relato da ceia."
"Fazei isto em minha memória subintende toda a história de Jesus com os seus e com o povo.Este imperativo recapitula a missão."
"É mister devolver ao memorial o significado fundante que foi dado por Cristo e assumido pelas primeiras comunidades."
"Isso implica uma catequese nova que provoque a renovação das mentes e dos corações onde as preocupações principais sejam com as pessoas e não com as coisas.
Sem a dinâmica da vida em celebração, será difícil compreender a Eucaristia como memorial."
"Há necessidade de partir deste horizonte bíblico da eucaristia e reforçar a sua transmissão na catequese,na pastoral e na ação litúrgica; operacionalizar uma renovação evangelizadora, que devolva à Eucaristia a sua dimensão de memorial da vida e não apenas como celebração bíblica".

O pe.Francisco Taborda, no citado artigo da VIDA PASTORAL coloca a questão do tipo de comida na eucaristia.Diz ele:" Seria possível celebrar a eucaristia com beiju (torta feita de mandioca) e chicha (bebida fermentada de milho)? O pão na cultura mediterranea era o alimento básico quotidiano;o vinho a bebida festiva. Em outras culturas outros são os alimentos e a bebida que correspondem a esse significado."
Eu responderia ao pe. Taborda. Como a tradição das primeiras comunidades é a diversidade nos ritos acho justa e oportuna essa inculturação.

Uma celebração eucarística para ser autêntica, como acabamos de ver, precisa se compor das características e implicações do Memorial da Nova Aliança num patamar significativo. Não hesito então em considerar que grande parte das chamadas MISSAS, não correspondem ao sentido de uma celebração eucarística. São atos rituais,de culto e piedade devocionais mas não "memorial da nova aliança".Falta-lhes entre outras, a característica, diria primordial: a comunidade, ou seja, a existência entre os presentes à missa, de um relacionamento realmente fraterno - de irmãos e irmãs - baseado na adesão ao evangelho de Jesus, e manifestado na partilha dos bens e dons, e na luta coletiva pela justiça, visando a construção do reino de Deus.
E dizer que em muitas dessas missas o único presente é o próprio celebrante!!

Os trechos entre aspas são tirados do livro A Eucaristia como memorial da nova aliança; autor frei Isidoro Mazzarolo, editora PAULUS.

Proximamente pretendo abordar mais um assunto polêmico: o batismo de crianças.