Ninguém conhece talvez,melhor, as CEBs de toda a América Latina do que ele.o pe.José Marins. Percorreu o continente na defesa e promoção delas.
Há cerca de 10 anos divulgou uma "carta-desabafo" analisando a triste situação das Cebs naquela ocasião.
Abre o texto com duas tendências sintomáticas: a de suprimir o nome das CEBs e a de diluir o seu conteúdo. Atores principais: os próprios agentes mais qualificados de pastoral da Igreja Católica.
Em seguida, "interpretando", assinala algumas causas dessa obstrução. Destaco duas que considero ainda hoje influentes. Marins escreve:
1 - "A atual tendência pastoral vai em linha diferente a das CEBs,
* privilegia a convocação de multidões que enchem as igrejas,praças,estádios,santuários, o que reafirma o protagonismo dos ministros ordenados, bispos, sacerdotes;
* cria um certo revanchismo contra as seitas pentecostais que apresentavam sucessos multitudinários;
* corresponde ao gosto da modernidade e da tendência criada pela midia, de concentrar tudo no evento, sem trabalhar para um processo;
* oferece uma religião "light",alegre, celebrativa, sem a cruz e sem compromissos estruturais sistemáticos.
Essa tendência que é dominantemente de cunho carismático juvenil, (aeróbio)
* privilegia o espiritual não o social,
* o massivo e não o comunitário;
* os milagres, e não o ordinário;
* a grande assembleia, não o grupo, e a equipe;
* maravilhoso alegre,não a cruz;
* emocional e sensível que dá adesão anônima, e não o racional que
fundamenta as convicções;
* retoma o periférico do passado: devoções, tradições dos anos
pré-conciliares, particularmente expressões da tradição europeia, e não
a responsabilidade do futuro;
* está suscitando um certo autoritarismo laical de gurus que exigem obediência
as suas decisões em muitas áreas, em vez de formar cristãos adultos
numa comunidade lúcida e responsável. "
Aguarde a segunda dessas causas da obstrução, "o jovem CLERO" , para o próximo post.
