IGREJA-SOCIEDADE ALTERNATIVA

A explicação do sentido desse título, está em ARQUIVO DE POSTAGENS, out. 29 de 2011

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Religião católica romana (e outras) não sintonizam com o evangelho de Jesus (p 53)



Segue mais um trecho do texto do teólogo José Maria Castilho, divulgado pelo site do IHU, iniciado no post 51.


"Sem dúvida,Jesus se relacionou com o Pai do céu e falou sobre o Pai do céu.Mas nunca falou de um Pai "excludente" das pessoas que tinham outras crenças ou que procediam de outras culturas.

E nem de um Pai "nacionalista," isto é, pensado para um povo, e no qual esse povo (e apenas esse povo) encontra "seu Deus".E nem de um Pai ligado à observância da Lei, ao qual se encontra no Templo, e cujos mediadores são os funcionários do "sagrado," os Sacerdotinies, mediante seus cerimoniais,sacrificios, ritos e observâncias.Nada disso aparece em alguma parte do Novo Testamento.E é bem curioso que coisas tão fundamentais para a mentalidade eclesiástica atual não sejam ditas, em nenhum momento, nos escritos ou documentos fundacionais do cristianismo. Pelo contrário, afirma-se insistentemente todo o contrário.
1(...)

2(...)

3) A religião de Jesus não se assenta nem tem sua consistência nos três pilares fundamentais de não poucas religiões, concretamente a religião que Jesus viveu em seu tempo.

a) A lei. Jesus disse que não veio para abolí-la, mas levá-la à sua "plenitude" (Mt 5,17).Jesus propôs essa "plenitude" em duas direções opostas: uma linha de maior exigência e uma linha de maior libertação.Jesus impôs uma maior exigência da lei naquilo que se refere às relações humanas:não matar,mas também não insultar (Mt 5,21-22);não cometer adultério,mas também não desejar o que é de outrem (Mt 5,27-28); nada de desigualdade de direitos entre o homem e a mulher;(Mt 5,31-32;19,1-12 par);não jurar, mas também considerar suficiente a palavra humana (Mt 5,33-37);não só rejeita a lei do talião,mas também propõe uma generosidade sem limites (5,38-42); nada de ódio ao inimigo, mas também amor a todos sem distinção (Mt 5,43-48).Em definitivo,para Jesus a "plenitude" da lei é o amor. (Mt 7,12; cf.Rom 13,10).



Pelo contrário,na linha de maior libertação, Jesus violou insistentemente as normas religiosas relativas a observância do sábado (Mc 2,23-27;3,1-6 par), ao jejum (Mc 2,18-22 par),às purificações rituais (Mc7,1-7), às proibições alimentares (Mc7,14-19).



b) O templo. Com base no que os evangelhos relatam, Jesus jamais foi ao templo para participar das cerimonias sagradas, nos sacrifícios ou no culto ritual estabelecido. Quando se fala de Jesus no templo é para falar às pessoas, já que aquele era o lugar das maiores concentrações humanas em Israel.Por outro lado, sabemos que Jesus disse à samaritana que havia chegado a hora em que os verdadeiros adoradores não adorariam Deus em templo algum, mas sim "em espírito e verdade" (Jo 4,21-24) Mas,sobretudo,o aspecto mais forte na vida de Jesus foi sua ação violenta contra o templo,ao qual qualificou como um "covil de ladrões" (Mt 21, 13 par), um fato escandaloso e que foi determinante para a condenação à morte, no julgamento religioso (Mt 26,61 par). Além disso Jesus havia anunciado a total e definitiva destruição e ruína do templo (Mt 24,1-2par).Definitivamente,o Deus de Jesus não está no templo, mas sim nas relações humanas e, sobretudo, no comportamento de cada um com aqueles que sofrem

(Mt 25,31-46)."

Se não alterasse o texto, eu colocaria um destaque em: "o Deus de Jesus não está no templo mas sim nas relações humanas..."
Mas fieis continuam insistentemente a ir rezar na igreja (templo), acompanhar ritos nas igrejas (templos) etc.