O Brasil tem
um, somente um problema !!!
Não se trata de um gracejo irônico.
No BLOG
DA CIDADANIA, (www.blogdacidadania.com.br) Eduardo Guimarães postou um texto
(em 13/ 05/13) de sua autoria, deveras impressionante. Ele mostra com muita clareza, que todos os muitos e grandes problemas e carências da nossa
nação, são decorrências de apenas UM: o INDIVIDUALISMO. Um enorme
individualismo. O único problema do Brasil.
Cabe se
perguntar: qual a contribuição da igreja católica – e das reformadas – na formação
do povo brasileiro que forjou e está forjando esse perfil desastroso.
O
individualismo é mundial, como o capitalismo que o alimenta. O que varia é sua
dosagem nos vários povos. O cristianismo – não o Evangelho – num certo momento
de sua historia, desandou também rumo ao individualismo. Quem descreve
como isso aconteceu é Gerard Lohfink na "Introdução" do seu livro A IGREJA QUE JESUS QUERIA, (editora Academia Cristã). Vou
destacar e resumir alguns tópicos desse texto que leva o título: A HERANÇA DO
INDIVIDUALISMO, adicionando alguns comentários.
Por volta de
1900, Adolf Von Harnack um dos mais
importantes e influentes teólogos
protestantes, publicou sua famosa obra
A ESSÊNCIA DO CRISTIANISMO. Aí ele diz: “ O Reino de Deus vem, aborda os
indivíduos, instalando-se em suas almas, e eles o captam.O Reino de Deus é
soberania de Deus, disso não há dúvida - mas é a soberania do santo Deus, nos
corações dos indivíduos, é o próprio Deus com sua força.” Conforme Harnack, portanto, o Reino de Deus,
não vem a uma comunidade; ele vem ao individuo. Assim como o Reino de Deus não
acontece numa comunidade, mas no individuo, ele também não atinge o exterior, mas
o interior, o homem interior, a alma.
Mas, segundo
Lohfink, Harnack sabia, que a Igreja
primitiva, se compreendia como novo povo de Judeus e gregos, de gregos e
bárbaros e via como sua tarefa mais nobre, cumprir plenamente a vontade de
Deus, e assim “apresentar-se como comunidade santa”. Por mais que Harnack
soubesse que a Igreja é visível, enquanto tem que se concretizar sempre em
associações concretas, em última analise, para ele, ela continua sendo apenas
uma comunidade espiritual, uma societas in cordibus (sociedade nos corações) que não podia ser
identificada com nenhuma das igrejas concretas do seu tempo. O pior é que
Harnack não está sozinho com esta imagem individualista de Igreja e de
redenção. Ele representa uma ampla corrente
de teologia liberal do fim do século XIX e
começo do século XX.
A ideia de que o Reino de Deus podia vir somente ao
individuo, que ele era algo profundamente interior, e, que, por isso, a Igreja
devia ser em primeiro lugar, uma sociedade espiritual, estava bem difundida na
teologia protestante daquele tempo.
Há muitos
indícios de que a teologia e piedade católicas participaram com muito mais
intensidade no individualismo da teologia protestante, do que elas próprias
imaginaram.
A posição
individualista da teologia liberal, como se apresenta em Harnack – apesar de
todas as correntes opostas – ainda hoje é ativa em muitas ramificações e
metamorfoses, segundo Lohfink. No Brasil de hoje, os Grupos de Oração, a Renovação Carismática Católica, a
Canção Nova e os cultos pentecostais, são nichos produtores de individualismo
religioso em franco crescimento, que reforçam o individualismo social e político do nosso sistema capitalista,
fonte primeira e maior de todas as nossas "desventuras", como demonstrou Eduardo
Guimarães no seu "blog da cidadania".
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