UM CAMPING COM MAIS FIRMEZA (p1)

" Uma pesquisa inédita do instituto alemão Bertels-mann Stifung realizada em 21 paises, revela que esse renascimento da religião está mais presente no Brasil que na maioria dos paises. O estudo mostra que o jovem brasileiro é o terceiro mais religioso do mundo , atrás apenas dos nigerianos e dos guatemaltecos. Segundo a pesquisa, 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos se dizem religiosos e 65% afirmam que são profundamente religiosos" (Revista EPOCA de 15/06/09 pag.66) Parece que esses/essas jovens estão buscando assentar sua barraca em terrenos com mais firmeza. Pois este blog, gostaria de mostrar a eles e elas, um camping com esse perfil. Vou tentar mostrar aqui NOVAS FORMAS DE SER IGREJA Dentro do Centro Ecumênico de Documentação e Informação - CEDI - nasceu no começo da década de 1980 como um de seus programas, o NOVAS FORMAS DE SER IGREJA.( NFSI) Era um espaço de encontro e reflexão e documentação do "novo" que estava surgindo nas bases das igrejas, abrindo-se já, não apenas às CEBs católicas mas a outras experiências do mundo ecumênico. Participei dele, meio de longe, na década de 90. O CEDI parou como centro, mas continua na luta de muitos dos seus integrantes ainda vivos, por uma IGREJA ALTERNATIVA. Junto-me a eles, hoje, no intuito de caminhar nos passos de um dos seus expoentes , o Giancarlo Oliveri, que no seu livro IGREJA sonhos...ousadias...mudanças .retratou suas reflexões e sua prática e a da "fraternidade" que ele liderou até sua "ressurreição". A propósito do Encontro Nacional de CEBs - chamado Intereclesial - que aconteceu recentemente em Rondônia (Porto Velho), vou começar nossas conversas sobre Novas Formas de Ser Igreja, (NFSI) a partir justamente delas, das CEBs. O que é CEB? O Oliveri ( pag.21) responde: "Não se trata de uma "fórmula " de pastoral...ou de um jeito de revitalizar a Paróquia, mas de um "novo aparecer" (de uma "Ressurreição", diz Jon Sobrino) da Igreja dos Pobres em suas diversas formas. O que é a " Igreja dos Pobres" ou "Igreja popular" ? - Trata-se de um modelo de Igreja com hegemonia das classes populares e que assume portanto o "Projeto Histórico dos Pobres ." Pobres..., popular... Igreja popular...é provável que lhe despertem um certo desagrado, uma quase aversão, esses termos. Eu diria que nas atuais circunstancias isso é quase inevitável. Alem de não ser agradável em si uma vida de privações, a ideologia dominante do sistema capitalista que é o ar que respiramos a todo instante, insinua os atrativos da riqueza e do poder, da fama e do consumo, introjetando na gente uma aversão ao seu contrario. O antídoto para aliviar esse mal -estar, pode ser um pouco de reflexão com o Evangelho sobre como e porque o Jesus histórico, tratou com predileção os excluídos da sociedade do seu tempo. Continuando com o Oliveri: "...as CEBs não podem ser consideradas nem uma subdivisão da paróquia (setor,capela) nem um movimento no meio dos outros. Elas são outra forma de encarnação da Igreja, a visibilidade da Igreja que, por obra do Espírito, nasce do povo pobre e oprimido, sobretudo na América Latina e no Terceiro Mundo, buscando sua Libertação. Como disse Jon Sobrino, trata-se da " Igreja dos pobres, ressurreição da verdadeira Igreja". Os não pobres terão que repensar suas formas de solidariedade com os "preferidos de Deus" para acharem lugar neste tipo de Igreja. Uma Novas Formas de Ser Igreja (NFSI) supõe "novas formas" de fazer teologia, de ler a Bíblia, de analisar a sociedade; novas formas de ser pastor, de celebrar, de organizar a Igreja; novas formas de se fazer caridade etc.etc." (pág.22). Na seqüência vou abordar esses temas .Vou começar com o novo modo de organizar a Igreja.